sexta-feira, agosto 28, 2015

SUPER PODERES

"- Normalmente sou eu o esquisito.
- Pois, mas aqui estás entre iguais. És estupidamente normal!"

(A Brillant Young Mind)
O autismo incomoda-me; a Matemática avançada incomoda-me. Em ambos os casos são necessários super poderes, para comunicar consigo próprio e para entender o mundo como uma sequência lógica de números.


Fazer um bom romance é muito mais que por o rapaz e a rapariga em "situações", como fazer um bom filme de ação é muito mais que por bombas a explodir em cada canto. É por isso que "Titanic" é um bom romance e "Exterminador Implacável" é um bom filme de ação.


Um bom romance tem que ser imprevisível a caminho do fim previsível e não basta ao atores estarem ali à conversa e aos beijos. Tem de haver química, a matemática da relação tem de fazer sentido. Lembram-se de "Words and Pictures" ou de "Mr. Morgan's Last Love", apenas como exemplo? É por isso, pela "química", que são grandes filmes.


E é também por isso que "X+Y" é um grande filme, para além do facto de os ingleses terem aquele habitual rigor na reconstrução dos ambientes e das épocas, de serem profundos conhecedores da arte da dramatização e de saberem escolher os atores certos para os papeis certos.


Tudo aqui funciona na perfeição, no tempo certo e no ritmo adequado, a caminho do final, sem deixar de passar pelas pequenas surpresas que tornam a previsibilidade do fim num momento totalmente imprevisível.


Posso garantir-vos que, este fim de semana, podem tirar uma noite para ir ao cinema. Dá tempo do mergulho, para depois acabar o dia com uma das melhores hora-e-meia de cinema que o ano vai ter até ao fim.

domingo, agosto 02, 2015

O MONSTRO ESCONDIDO NA BELA

Uma música por dia
Os InThis Moment são uma das mais interessantes bandas da atualidade. Criativos, corrosivos e metálicos, como uma "sex metal Barbie"!

Formação: Maria Brink – voz e teclas; Chris Howorth – guitarra e voz; Randy Weitzel – guitarra e voz; Travis Johnson – baixo e voz; Tom Hane – bateria e percussão.


SetList:
0:00 It Is Written
0:34 Rise With Me
2:36 Adrenalize
7:03 Interview 'Live DVD'
7:46 Blazin'
12:09 Interview 'Beast Within'
12:58 Beast Within
18:43 Beautiful Tragedy
22:52 Interview 'Into The Light'
23:34 Into The Light
29:18 Interview 'Best Crew Ever'
29:47 The Blood Legion 
34:03 Interview 'The Gun Show'
34:29 The Gun Show
39:18 Interview 'Whore'
41:08 Whore
47:10 Interview 'Burn
47:45 Burn
56:20 Blood

quinta-feira, julho 30, 2015

DISCOS SEM OS QUAIS EU NÃO PODERIA VIVER

Na sequência dos meus 26 discos mais hard, aqui vai mais um pouco da minha "cultura musical":
Supertramp, Crime Of The Century
Jethro Tull, Aqualung
Emerson, Lake & Palmer, Brain Salad Surgery
Três discos e três bandas completamente fora de validade. Os EL&P, esses então, até cheiram a mofo!
Do Aqualang ainda se salvam uma ou duas músicas - "Aqualung" e "Locomotive Breath" - e dos Surpertramp apenas a memória das vezes incontáveis que "School" ou "Dreamer" tocaram nos bailes da escola.

Yes, Close To The Edge
Os Yes são uma das mais incompreendidas bandas de rock de todos os tempos. Samplados por todos os putos fanáticos das misturas esquisitas, nunca passaram de uma banda metida lá no canto, da qual o pai saudosista se lembra (muito) de vez em quando.

Street Kids, Trauma
Eram muito melhores ao vivo do que em estúdio. Foram engolidos pela euforia do "Chico Fininho", dos "Cavalos de Corrida" e do "Elevador da Glória". Ainda hoje, quando dou este disco a ouvir ao pessoal mais novo, não acontece nada de especial além de um breve encolher de ombros.

 Bob Seger & The Silver Bullet Band, Live Bullet
Este disco ganhou com o passar do tempo - foi, recentemente, considerado um dos 20 melhores registos ao vivo de todos os tempos -, mas o Bob Seger não.

UHF, À Flor Da Pele
Hoje em dia não gosto de UHF, mas este disco é outra história.. "Geraldine" ou "Rua do Carmo" são músicas de todos os dias. 

Simple Minds, Empires And Dance
Fizeram a primeira parte do concerto de Peter Gabriel em Cascais em 1980. Foi uma performance tão poderosa, na apresentação deste disco, negro e minimal, que ainda hoje tenho a atuação a martelar-me na cabeça.
GNR, Independança
Os GNR no seu melhor. Irónicos, corrosivos e... Com Vitor Rua.
The Beatles, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Quando este disco saiu eu não tinha idade para perceber o que estava aqui dentro. Ainda hoje não sou daqueles fãs incondicionais dos Beatles. Mas este bocado de plástico negro tem tudo o que fez as minhas maravilhas musicais durante muitos e muitos anos: psicadélicos até mais não, nas letras, nas orquestrações, na composição melódica. Se não foi o disco que mais influenciou os Pink Floyd, parece!...
The B-52's, Mesopotamia
É considerado o pior disco dos B-52's, muito devido ao ego de David Byrne na produção. As gravações foram abandonadas e foi editado como EP.
Para mim, foi o disco da banda que mais dancei. "Cake" para sempre!!!

 The Doors, L. A. Woman
Embora seja o último disco de estúdio da banda, foi o meu primeiro disco dos Doors. E, por muito que digam o contrário, é aquele em que a poesia de Jim Morrison atinge os limites da perfeição: "The Chageling", "The WASP (Texas Radio And The Big Beat)", "Riders On The Storm"... Neste disco só falta uma coisa: o "The End"!
Rui Veloso, Mingus & Os Samurais
Este é um disco que toda a gente ouviu; ouviram em Madrid e em Barcelona, ouviu a minha mãe, a minha irmã, o meu avô, até a minha filha já ouviu. E todos gostaram!
David Bowie, Scary Monsters... And Super Creeps
Os admiradores de Bowie querem o "Heroes" ou os "Spiders from Mars". também gosto desses, mas a minha educação musical deve muito mais a "Scary Monsters... And Super Creeps"!

Peter Gabriel, Peter Gabriel (III)
(Aviso à navegação: o Peter Gabriel é, para mim, o maior músico rock!) Dito isto, a música "Intruder" foi a abertura do concerto de Cascais de 1980 - quem lá esteve, sabe do que estou a falar!
Peter fixou os músicos que o iriam acompanhar em toda a carreira a solo, Tony Levin e David Rhodes, mas tem muito mais: Kate Bush, Robert Fripp, Phil Collins...
"Games Without Frontiers" é um icon e "Biko" é música de fundo em todas as manifs, anti-racistas ou não!
Blondie, Parallel Lines
R.E.M., Automatic For The People
Estes são (provavelmente) os dois melhores discos pop de todos os tempos! (Ai, ai...!)
Se fosse pôr aqui as canções que provam o que digo, ficaríamos a ler isto até acabar o milénio. Só para aquecer: "Picture This", "Heart Of Glass", "Drive", "Everybody Hurts"...
Genesis, The lamb Lies Down On Broadway
Só conheci os Genesis em 1975, no concerto de Cascais, onde fui não sei bem como nem porquê e de que me lembro apenas vagamente devido a tabaco estragado que me obrigaram a fumar.
Mas lembro-me de um gajo de negro, tronco nu, com uma voz demolidora, duns ecrãs com imagens e duma música tão poderosa que fazia com que um gajo quisesse fugir pelo chão dentro, coisa que eu não podia fazer, devido à quantidade de gente que me segurava.
Tudo o que conheci dos Genesis de Peter Gabriel foi a partir deste disco. Hoje (ainda) são uma das bandas da minha vida.
Queen, A Night At The Opera
Nunca fui um especial apreciador de Queen. Hoje reconheço-lhes mais qualidades que no tempo devido. Mas este disco, não sei porquê, sempre teve qualquer coisa que me fascinou. Tocou tantas vezes em minha casa, que devia ter uma loja de agulhas de gira-discos só por minha conta.

Talking Heads, Remain In Light
Os Talking Heads foram, para mim, a melhor banda do mundo durante muitos anos. Este disco trazia Brian Eno atrás, mas era um erro pensar que isso poderia alterar seja o que for. Foi a primeira verdadeira fusão de África com o rock e ainda hoje os putos andam à procura de lhe chegar aos calcanhares.
Alcoolémia, Não Sei Se Mereço
Tanto quanto sei, os Alcoolémia começaram e acabaram aqui. Este disco tem a particularidade de me trazer memórias de partilha.
Nirvana, MTV Unplugged In New York
Se bem se lembram, toda a gente gravou um "umplugged"... Não se lembram... Claro. Mas por alguma razão, este "umplugged" dos Nirvana ainda faz soar muitas campainhas!
Não podemos saber o que os Nirvana seriam hoje se ainda existissem, mas este disco mostra que, na altura em que foi gravado, os Nirvana ainda tinham muito para dar.
Van Hallen, Van Hallen
A 1ª música do 1º disco dos Van Hallen começa assim: "I live my life, like there's no tomorrow..." e chama-se "Runnin' With The Devil".
Extreme, Pornograffitti
Neste ano, o Nuno Betencout foi considerado o guitarrista do ano pela "Guitar Player". É preciso ouvi-lo, para perceber porquê. "No women allowed", e mais não digo!
Nick Cave and the Bad Seeds, Let Love In
Nick Cave é, para mim, o maior poeta rock vivo. Talvez "Henry's Dream" seja mais dramático e "Murder Ballads" mais mediático, mas nenhum deles tem lá dentro "Do You Love Me" e essa é (provavelmente) ma melhor música de amor que já se escreveu.

FEAST OF LOVE

"Olharam um para o outro e souberam que o seu destino estava traçado!"



Morgan Freeman está sempre um passo à frente, por mais vulgar que seja o papel, por mais estranho que seja o filme - mesmo quando se mete em projetos menos apelativos como "Lucy" ou outros do género.


Aparentemente, "Feast of Love" não tem nada de especial. Uma mão cheia de dramas que se vão desenrolando à frente de Harry Stevenson (o próprio Freeman) e que ele vai catalogando, digamos assim, enquanto vive o seu próprio drama.


É um filme bem feito, com um elenco interessante, que se sabe relacionar entre si e tem uma particular sensibilidade para fotografar a complexidade das relações humanas.


É um filme de 2007, portanto vai ter sorte se o encontrar no video clube da esquina. Mas se for esse o caso, não há que hesitar. É tempo bem passado.

quarta-feira, julho 29, 2015

GONE GIRL



Eu gosto de um bom mistério, mesmo quando é feito de uma colagem de clichés vistos e revistos dezenas de vezes.


"Gone Girl" é uma espécie de "Vertigo", com loira de Hitchcock e tudo (mas sem o Hitchcock!) e vai andando entre momentos algo felizes e outros nem por isso...


Tem, no entanto, a vantagem de nos ir surpreendendo ao longo do percurso. E não pensem que já sabem o fim a cada flik-flak da história. No minuto seguinte, vão ser surpreendidos outra vez!


Algo falha neste "Gone Girl", em minha opinião o ritmo. Um David Fincher mais atrevido, menos pretensioso, teria feito um filme inesquecível.

sexta-feira, abril 03, 2015

sexta-feira, maio 30, 2014

MALLU, EX-MAGALHÃES

Uma música por dia
Uma das mais surpreendentes e felizes surpresas da música brasileira atual. "Sambinha bom é o que te faz voltar"!

Fernando Faro recebe a cantora Mallu. Ela fala das lembranças da infância e das dificuldades em trabalhar sendo menor de idade. Suas influências musicais são de Johnny Cash, Beatles e Nara Leão, que foi a primeira cantora que gostou de ouvir. Entre outros assuntos, Mallu fala sobre seu marido e parceiro Marcelo Camelo.


sexta-feira, maio 23, 2014

O ROCK DA LAGOSTA


Uma das mais divertidas e despretensiosas bandas dos anos 80. Ainda bem que hoje em dia conseguimos ir buscar coisas que se consideravam perdidas há anos!



The B-52s | May-14-83 | Dortmund, Germany

1. Song For a Future Generation
2. Planet Claire
3. Mesopotamia 
4. Big Bird
5. Dance This Mess Around
6. Rock Lobster
7. Party Out Of Bounds

domingo, maio 11, 2014

NAMORADA(S) EX-MACHINE

A ficção cientifica tem tomado, nos últimos tempo, direções bem diferentes dos sonhos de conquista espacial que fizeram as delicias dos amantes do género nos anos 50 e 60. Se o Universo já não encerra tantos segredos como antigamente, se as viagens no espaço são muito mais que um sonho de loucos, se a velocidade da luz deixou de ser uma ilusão, os autores de fantástico teem-se virado bem para dentro do nosso mundo para explorar novos rumos.


Num curto espaço de tempo, vi três filmes (quase) sobre o mesmo tema: a interferência das máquinas no nosso quotidiano. Nem sequer é um tema novo se nos lembrarmos de "2001: Uma Odisseia no Espaço" de Stanley Kubrik, "Blade Runner" de Ridley Scott ou "Extreminador Implacável" de James Cameron. Mas se o Hall 9000 já não mete medo a ninguém e os andróides de Philip K. Dick acabaram mais humanos que os humanos, o tema, agora, é a confusão: a impossibilidade de distinguir a pessoa da máquina, a consciência - enquanto atributo exclusivamente humano e que, em "Blade Runner" confundia a criação com o criador -, a memória e os sentimentos.



O primeiro desses filmes for "Her" e não vou perder muito tempo a falar nele. A minha maior surpresa foi o barulho que se fez à volta desta mediocridade, entediante e chata. O filme dá um trambolhão ao fim de 15 minutos - embora não seja uma queda muito grande porque, na verdade, ele nunca subiu muito alto - e arrasta-se durante duas horas, sem interesse, sem ritmo, à volta dum coitado deprimido pelo divórcio, que se apaixona por uma voz (???!!!).


O segundo filme foi "The Machine". Conta a história de um projeto militar secreto, que cria super soldados a partir de mutilados da guerra. Claro que o projeto corre mal e o cientista acaba por o usar para recriar a namorada por quem se apaixonou entretanto e, mais tarde, para recuperar a filha que morreu de uma doença grave, nunca totalmente esclarecida.


Só que a namorada não é a namorada, é uma cópia informática, e a coisa descamba numa luta entre bons e maus, entre militares - que não abrem mão da sua investigação bélica - e o pobre cientista que só quer ir para a cama com o boneco animado, que, por acaso, é também uma máquina de matar, capaz de segurar em metralhadoras como se estivesse a fazer croché.


O terceiro foi "Transcendência", uma cópia do anterior, só que com Johny Depp, sexualmente inverso - quer dizer, é uma cientista a recriar o companheiro, também cientista, morto por um grupo radical anti-tecnologia. A coisa acaba numa confusão tipo "tiro neles" com explosões e metralhada.


O problema destes três filmes parece ser sempre o mesmo: a impossibilidade de resolverem a questão filosófica por trás da questão. As eternas perguntas sobre a consciência, os sentimentos e, em última análise, a resolução do desespero pela perca do objeto do amor.


E é onde "Blade Runner" arriscava e dava um passo em frente - mesmo que fosse para o desconhecido -, que estes filmes param e desistem; onde "2001: Uma Odisseia no Espaço" ou "Extreminador Implacável" partiam para aventuras mais ou menos alucinadas, estes filmes decidem que o melhor é acabar com a coisa.


Podemos dizer que o brilhantismo de "Matrix" começa precisamente no ponto em que "The Machine" ou "Transcendência" terminam ou, se quiserem, de onde "Her" nunca arranca.

sábado, março 08, 2014

O DESEJO DO HOMEM DO LEME

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Uma música por dia

Ontem e hoje comemoram o 35º aniversário com dois concertos em Lisboa. Há 5 anos, na comemoração do 30º aniversário, foi assim:


terça-feira, fevereiro 25, 2014

CHEIRA-ME A ESPIRITO ADOLESCENTE

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Uma música por dia

Ninguém pode dizer o que os Nirvana seriam hoje, mas uma coisa é certa: na altura do suicídio de Kurt Cobain, ainda tinham muito para dar!


Nirvana, Live at Reading - 1992:
1-The rose (intro)
2-Breed
3-Drain You
4-Aneurysm
5-School
6-Sliver
7-In Bloom
8-Come As You Are
9-Lithium
10-About a Girl
11-Tourette's
12-Polly
13-Lounge Act
14-More than feeling
15-Smells Like Teen Spirit
16-On a Plain
17-Negative Creep
18-Been a Son
19-All Apologies
20-Blew
21-Dumb
22-Stay Away
23-Spank Thru
24-Love Buzz
25-Smoke on the water
26-The Money Will Roll Right In
27-D-7
28-Territorial Pissings
29-The star spangled banner

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

PESADELO DE CAFEÍNA

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Uma música por dia



Alinhamento:
Intro/The Underture
Hello,Hooray!
House on Fire
No More,Mr Nice Guy
I'll Bite Your Face Off
Be My Lover
Caffeine
Billion Dollar Babies
The Congregation
Hey Stoopid
Dirty Diamonds
Welcome To My Nightmare
Ballad of The Dwight Fry
Go To Hell
He's Back (The Man Behind The Mask)
Devil's Food
Feed My Frankestein
I'm Eighteen
Under my Wheels
Poison
School's Out/Another Brick In The Wall (Encore)