Este mês não levantamos o cu da cadeira do cinema! Vejam só a programação da Cinemateca Portuguesa, numa escolha baseada, apenas, em critérios de gosto pessoal:
Corrupção, de Fritz Lang;
A Ponte do Rio Kwai, de David Lean;
Uma Voz na Escuridão, de Blake Edwards;
Mentira, de Alfred Hitchcock;
Os Mutantes, de Teresa Villaverde;
Dina e Django, de Solveig Nordlund;
Assalto à 13ª Escquadra, de John Carpenter;
O Cowboy da meia-Noite, de John Schlesinger;
Easy Rider, de Dennis Hopper;
Dementia 13, de Francis Ford Coppola;
Targets, de Peter Bogdanovich;
Bonnie and Clyde, de Arthur Penn;
Uma Mulher da Rua, de Martin Scorsese;
Os Marginais, de Francis Ford Coppola;
Nouvelle Vague, de Jean-Luc Godard;
Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick;
...Mas para o pessoal dos “clássicos”, que gosta de ir ao “museu”, ainda temos mais:
Até à Eternidade, de Fred Zinnemann;
Desejo Humano, de Fritz Lang;
Bom-dia Tristeza, de Otto Preminger;
A Fera Humana, de Jean Renoir;
A Pantera, de Jacques Tourner;
O Cerco, de António da Cunha Teles;
Ala-Arriba, de Leitão de Barros;
Rio Lobo, de Howard Hawks;
Os Cavaleiros do Asfalto, de Martin Scorsese;
O Vale do Arco-Iris, de Francis Ford Coppola;
O Touro Enraivecido, de Martin Scorsese;
Enfim... Um mês que mais vale levar a tenda para a porta da Barata Salgueiro. Até porque a Cinemateca tem um belo jardim com esplanada, pode ser que o amigo Bernard da Costa não se importe...
(Beijos e abraços pr’ó pessoal)
quarta-feira, abril 06, 2005
sexta-feira, abril 01, 2005
DOMÓNIOS INTERIORES
Sentei à minha mesa
Os meus demónios interiores
Falei-lhes com franqueza
Dos meus piores temores
Tratei-os com carinho
Pus jarras e flores
Abri o melhor vinho
Trousse amêndoas e licores.
Chamei-os pelo nome
Quebrei a etiqueta
Matei-lhes a sede e a fome
Dei-lhes cabo da dieta
Conheci cada um
Pus de lado toda a farsa
Abri a minha alma
Como se fosse um comparsa.
E no fim já bem bebidos
Demos abraços fraternos
E de copos bem erguidos
Brindámos aos infernos.
Saíram de mansinho
Aos primeiros alvores
Fizeram-se ao caminho
Sem mágoas nem rancores
- Adeus foi um prazer –
Disseram a cantar
- Mantêm a mesa posta
Porque havemos de voltar.
(Jorge Palma, in “Norte”)
Os meus demónios interiores
Falei-lhes com franqueza
Dos meus piores temores
Tratei-os com carinho
Pus jarras e flores
Abri o melhor vinho
Trousse amêndoas e licores.
Chamei-os pelo nome
Quebrei a etiqueta
Matei-lhes a sede e a fome
Dei-lhes cabo da dieta
Conheci cada um
Pus de lado toda a farsa
Abri a minha alma
Como se fosse um comparsa.
E no fim já bem bebidos
Demos abraços fraternos
E de copos bem erguidos
Brindámos aos infernos.
Saíram de mansinho
Aos primeiros alvores
Fizeram-se ao caminho
Sem mágoas nem rancores
- Adeus foi um prazer –
Disseram a cantar
- Mantêm a mesa posta
Porque havemos de voltar.
(Jorge Palma, in “Norte”)
sexta-feira, março 25, 2005
terça-feira, março 22, 2005
quarta-feira, março 02, 2005
sexta-feira, outubro 15, 2004
Ficção ou realidade?
Acabei de ler O Código Da Vinci!
...Se ficaram com algum interesse em saber a minha opinião sobre o Equador (ver post de 3/9/2004), adorei, adorei, adorei!... Escrita fluida, divertida, despretensiosa q.b., uma mistura muito interessante de ficção e investigação histórica. Tirando algumas descrições com pretensões queirosianas, não muitas mas ainda assim significativas, o livro lê-se de um fôlego.
Mas voltando ao Código Da Vinci:
Mais uma vez fiquei a olhar p’rás prateleiras e, mais uma vez, nada p’ra ler. Por isso, lá vai o bom do Valdemar de novo para as livrarias de Torres Vedras.
Há uma coisa que não percebo: O Equador é de um autor português e custou 25€; O Código Da Vinci é de um autor estrangeiro e custou 16€. São os dois do mesmo tamanho, com o mesmo tipo de papel...??? Enfim... Política de divulgação de autores portugueses!... ‘Engenheros’!...
O John Le Carré elevou os livros de espionagem ao estatuto de literatura, como a Agatha Christie fez com os livros policiais, o Hugo Pratt com a banda desenhada. Mas o Le Carré tinha uma vantagem: Havia Russos de um lado e Americanos de outro; Havia histórias de espiões a saltar de todo o lado. Mas agora!...
Não me lembro de, naquele tempo, alguém confundir ficção com realidade, por muito perfeitas quer fossem as descrições de locais, ou prédios, ou pessoas, ou instituições...
Então, porqu’é que, agora, confundem um livro de espionagem com realidade, só porque, em vez de Russos tem o Vaticano e, em vez de americanos, tem a Opus Dei???!!!... Aquela porra é ficção, caraças!!!... Por muitos conhecimentos que o Dan Brown tenha de História da Arte, por muito perfeitas que sejam as descrições de museus e pinturas, mesmo que existam alguns dos documentos descritos no livro, aquela merda é ficção!!!...
Mesmo que o Vaticano decida desatar a assassinar pessoas – o que já fez durante as Cruzadas ou a Inquisição, portanto nem é novidade - para proteger o segredo do Santo Graal, duvido muito que o Dan Brown tenha acesso a essa informação;
Mesmo que a Opus Dei decida seguir o Vaticano, para ver quem chega primeiro ao Graal, duvido muito que o Dan Brown o saiba!
Uma boa teoria da conspiração sempre vendeu filmes e livros. Há gajos muita bons a inventá-las, o que é o caso do Código Da Vinci.
Gostei muito. É divertidíssimo: Um livro tipo “tiro neles”, com perseguições de automóveis, pistas escondidas em obras de arte, suspense... Enfim, tudo o que vende bilhetes, bem escrito, rápido e a inevitável surpresa final.
...Se ficaram com algum interesse em saber a minha opinião sobre o Equador (ver post de 3/9/2004), adorei, adorei, adorei!... Escrita fluida, divertida, despretensiosa q.b., uma mistura muito interessante de ficção e investigação histórica. Tirando algumas descrições com pretensões queirosianas, não muitas mas ainda assim significativas, o livro lê-se de um fôlego.
Mas voltando ao Código Da Vinci:
Mais uma vez fiquei a olhar p’rás prateleiras e, mais uma vez, nada p’ra ler. Por isso, lá vai o bom do Valdemar de novo para as livrarias de Torres Vedras.
Há uma coisa que não percebo: O Equador é de um autor português e custou 25€; O Código Da Vinci é de um autor estrangeiro e custou 16€. São os dois do mesmo tamanho, com o mesmo tipo de papel...??? Enfim... Política de divulgação de autores portugueses!... ‘Engenheros’!...
O John Le Carré elevou os livros de espionagem ao estatuto de literatura, como a Agatha Christie fez com os livros policiais, o Hugo Pratt com a banda desenhada. Mas o Le Carré tinha uma vantagem: Havia Russos de um lado e Americanos de outro; Havia histórias de espiões a saltar de todo o lado. Mas agora!...
Não me lembro de, naquele tempo, alguém confundir ficção com realidade, por muito perfeitas quer fossem as descrições de locais, ou prédios, ou pessoas, ou instituições...
Então, porqu’é que, agora, confundem um livro de espionagem com realidade, só porque, em vez de Russos tem o Vaticano e, em vez de americanos, tem a Opus Dei???!!!... Aquela porra é ficção, caraças!!!... Por muitos conhecimentos que o Dan Brown tenha de História da Arte, por muito perfeitas que sejam as descrições de museus e pinturas, mesmo que existam alguns dos documentos descritos no livro, aquela merda é ficção!!!...
Mesmo que o Vaticano decida desatar a assassinar pessoas – o que já fez durante as Cruzadas ou a Inquisição, portanto nem é novidade - para proteger o segredo do Santo Graal, duvido muito que o Dan Brown tenha acesso a essa informação;
Mesmo que a Opus Dei decida seguir o Vaticano, para ver quem chega primeiro ao Graal, duvido muito que o Dan Brown o saiba!
Uma boa teoria da conspiração sempre vendeu filmes e livros. Há gajos muita bons a inventá-las, o que é o caso do Código Da Vinci.
Gostei muito. É divertidíssimo: Um livro tipo “tiro neles”, com perseguições de automóveis, pistas escondidas em obras de arte, suspense... Enfim, tudo o que vende bilhetes, bem escrito, rápido e a inevitável surpresa final.
sexta-feira, setembro 03, 2004
'Equador'
“Era um homem livre: sem casamento, sem partido, sem dívidas nem créditos, sem fortuna nem apertos, sem o gosto da futilidade nem a tentação do desmedido. O que quer que El-Rei tivesse para lhe dizer, para lhe propor, para lhe ordenar, a última palavra seria sempre sua. Quantos homens conhecia ele que se pudessem gabar do mesmo?”
Tem-se falado pouco de livros aqui. ‘Mea culpa’. Ultimamente têm entrado nesta casa mais tintas que letras, o que não é mau de todo.
Não foi um ano “em branco”. Leu-se o último da Filomena Mölder, o último do António Damásio e o último do Fernando Gil, um Tom Sharp - que é do melhor para ler na camioneta às 8 da manhã, com o pessoal todo a dormir ou a rogar pragas e eu a rir-me às gargalhadas! -, acabou-se o ‘Crash’ do Ballard que estava suspenso a meio há algum tempo, desistiu-se a meio do ‘Mulheres’ do Bukowski, foi muito divertido ler ‘Como Água Para Chocolate’ da Laura Esquivel e muito dramático ler ‘A Lista de Schindler’ do Keneally.
...Assim, de repente é o que me lembro.
Não é muito para um ano. Mas já houve tempos piores, em que não passava do ‘Ser e Tempo’ como pequeno almoço, as ‘Confissões’ como almoço e a ‘Ética’ como jantar. Porque comida mesmo, niqles! Só a da faculdade, que é o que sabe.
Mas há livros que são especiais. Ontem deu-me a travadinha. Não tinha nada para ler. Porra! Mesmo que não se leia, um gajo tem que ter em casa um livro “para ler”... Não sei se me entendem...
Comprei o “Equador” do Miguel Sousa Tavares.
Eu até nem curto muito o homem. Não é, digamos, um gajo que me caia no goto. Mas o livro estava mesmo ali à mão e depois de dar uma volta pelas livrarias de Torres – coisa que se faz em muito pouco tempo – as alternativas não eram muitas.
...E afinal...
Descobri um daqueles livros que não nos deixam dormir, nem comer, nem estudar... Só para não parar de ler! Um daqueles livros raros que depois de começado temos pena de ter de acabar.
Ainda só vou a um terço. Mas se a coisa se mantém assim, vai ser uma paixão e pêras!
NB – A citação inicial é da página 18.
Tem-se falado pouco de livros aqui. ‘Mea culpa’. Ultimamente têm entrado nesta casa mais tintas que letras, o que não é mau de todo.
Não foi um ano “em branco”. Leu-se o último da Filomena Mölder, o último do António Damásio e o último do Fernando Gil, um Tom Sharp - que é do melhor para ler na camioneta às 8 da manhã, com o pessoal todo a dormir ou a rogar pragas e eu a rir-me às gargalhadas! -, acabou-se o ‘Crash’ do Ballard que estava suspenso a meio há algum tempo, desistiu-se a meio do ‘Mulheres’ do Bukowski, foi muito divertido ler ‘Como Água Para Chocolate’ da Laura Esquivel e muito dramático ler ‘A Lista de Schindler’ do Keneally.
...Assim, de repente é o que me lembro.
Não é muito para um ano. Mas já houve tempos piores, em que não passava do ‘Ser e Tempo’ como pequeno almoço, as ‘Confissões’ como almoço e a ‘Ética’ como jantar. Porque comida mesmo, niqles! Só a da faculdade, que é o que sabe.
Mas há livros que são especiais. Ontem deu-me a travadinha. Não tinha nada para ler. Porra! Mesmo que não se leia, um gajo tem que ter em casa um livro “para ler”... Não sei se me entendem...
Comprei o “Equador” do Miguel Sousa Tavares.
Eu até nem curto muito o homem. Não é, digamos, um gajo que me caia no goto. Mas o livro estava mesmo ali à mão e depois de dar uma volta pelas livrarias de Torres – coisa que se faz em muito pouco tempo – as alternativas não eram muitas.
...E afinal...
Descobri um daqueles livros que não nos deixam dormir, nem comer, nem estudar... Só para não parar de ler! Um daqueles livros raros que depois de começado temos pena de ter de acabar.
Ainda só vou a um terço. Mas se a coisa se mantém assim, vai ser uma paixão e pêras!
NB – A citação inicial é da página 18.
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