sábado, setembro 20, 2008

Funcionário
























RICHARD WRIGHT teclista fundador dos Pink Floyd, "despedido" por Roger Waters durante a gravação de 'The Wall' - tourné em que participou como empregado do grupo, sendo pago à parte dos restantes músicos o que lhe evitou ter de despender dinheiro para cobrir os elevados gastos da digressão, que deu um grande prejuízo ao grupo -, autor de dois discos a solo, 'Wet Dream' e 'Broken China' que não passaram de enormes 'flops', morreu dia 15 de Setembro de 2008.

Se o som das suas teclas era fundamental no colectivo Pink Floyd, a sua postura era a completa antítese da grandiosidade da banda que integrava. Discreto, apagado, escondido... No Live 8 há quem nem se tenha apercebido que ele "estava lá"...

Apenas uma pergunta: existiria o "som Pink Floyd" sem ele?

quarta-feira, julho 30, 2008

Mãe Coragem




















Eunice Muñoz, a maior actriz portuguesa de todos os tempos, faz 80 anos.

Foi D. Branca, foi Miss Daisy, mas, para mim, será sempre a Mãe Coragem.

PARABÉNS EUNICE!!!

domingo, julho 06, 2008

Do melhor...





















Veio em conversa, já não me lembro porquê, uma banda dos anos 80/90 chamada The The e que encheu, na minha juventude, as noites de grandes músicas. Numa busca pelo Google, cheguei à conclusão que os The The não existem!!! Não têm página oficial, página não-oficial, página de fãs... Nada!

Considerando que este projecto de Matt Johnson, numa época repleta de grandes músicas, fez das melhores músicas pop jamais criadas, aqui fica o link para o Allmusic Guide: http://www.allmusic.com/cg/amg.dll

Para que os putos nunca se esqueçam dos velhotes.



"Slow Train To Dawn"

I followed that bead of sweat,
to the small of your back,
from the nape of your neck,
Lightin' it up, with every drag upon my cigarette.

It can run, but it can't hide--
Like the unspoken feelings on your mind.
I'm too tense to be tender,
your too weak to be true.
You try to make it easier upon yourself,
By makin' it hard on you!
but it's the lies in your eyes
that make me wanna cry--
It's just sometimes I get so lonesome
--I could die.

I'm just another western guy,
with desires that I can't satisfy
So all the love I gave to you
Means nothing at all.
Dear God, God, God, this slow train to dawn.

So are you lying when you say you love me.
I'm lying when I say I don't--
We've opened our hearts to let each other look in,
To have and to hold,
but it's the words that remain unsaid,
that are the words I wanna hear you speak,
I bet the birds start singing, & the sun comes up,
before we fall asleep--

Oh the tears in your eyes, just make me wanna cry,
It's just sometimes I get so lonesome--I Could Die!!

segunda-feira, junho 13, 2005

"Camponesa sentada"


de ÁLVARO CUNHAL

"Frente a frente"

Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
(Eugénio de Andrade)

MORRERAM HOJE ÁLVARO CUNHAL - UM GRANDE FILÓSOFO (DA ESTÉTICA, DA HISTÓRIA, DA POLÍTICA) E, PROVAVELMENTE, O MAIOR (E MELHOR) POLÍTICO PORTUGUIÊS - E EUGÉNIO DE ANDRADE - O AUTOR PORTUGUIÊS MAIS TRADUZIDO NO ESTRANGEIRO.

DEUS LEVA OS QUE MAIS AMA, AOS OUTROS, RESTA FICAR POR AQUI A ARRASTAR AS MÁGOAS...

CERTAMENTE QUE AMBOS IRÃO TER UM FASCINANTE "FRENTE A FRENTE"!...

sexta-feira, junho 03, 2005


"Acrobacias" - Fotografia de Filipa Scarpa (filipascarpa@netcabo.pt), no site www.fotografia-na.net

sábado, maio 14, 2005

quarta-feira, abril 06, 2005

CINEMA, MUITO CINEMA!

Este mês não levantamos o cu da cadeira do cinema! Vejam só a programação da Cinemateca Portuguesa, numa escolha baseada, apenas, em critérios de gosto pessoal:

Corrupção, de Fritz Lang;
A Ponte do Rio Kwai, de David Lean;
Uma Voz na Escuridão, de Blake Edwards;
Mentira, de Alfred Hitchcock;
Os Mutantes, de Teresa Villaverde;
Dina e Django, de Solveig Nordlund;
Assalto à 13ª Escquadra, de John Carpenter;
O Cowboy da meia-Noite, de John Schlesinger;
Easy Rider, de Dennis Hopper;
Dementia 13, de Francis Ford Coppola;
Targets, de Peter Bogdanovich;
Bonnie and Clyde, de Arthur Penn;
Uma Mulher da Rua, de Martin Scorsese;
Os Marginais, de Francis Ford Coppola;
Nouvelle Vague, de Jean-Luc Godard;
Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick;

...Mas para o pessoal dos “clássicos”, que gosta de ir ao “museu”, ainda temos mais:

Até à Eternidade, de Fred Zinnemann;
Desejo Humano, de Fritz Lang;
Bom-dia Tristeza, de Otto Preminger;
A Fera Humana, de Jean Renoir;
A Pantera, de Jacques Tourner;
O Cerco, de António da Cunha Teles;
Ala-Arriba, de Leitão de Barros;
Rio Lobo, de Howard Hawks;
Os Cavaleiros do Asfalto, de Martin Scorsese;
O Vale do Arco-Iris, de Francis Ford Coppola;
O Touro Enraivecido, de Martin Scorsese;

Enfim... Um mês que mais vale levar a tenda para a porta da Barata Salgueiro. Até porque a Cinemateca tem um belo jardim com esplanada, pode ser que o amigo Bernard da Costa não se importe...

(Beijos e abraços pr’ó pessoal)

sexta-feira, abril 01, 2005

DOMÓNIOS INTERIORES

Sentei à minha mesa
Os meus demónios interiores
Falei-lhes com franqueza
Dos meus piores temores

Tratei-os com carinho
Pus jarras e flores
Abri o melhor vinho
Trousse amêndoas e licores.

Chamei-os pelo nome
Quebrei a etiqueta
Matei-lhes a sede e a fome
Dei-lhes cabo da dieta

Conheci cada um
Pus de lado toda a farsa
Abri a minha alma
Como se fosse um comparsa.

E no fim já bem bebidos
Demos abraços fraternos
E de copos bem erguidos
Brindámos aos infernos.

Saíram de mansinho
Aos primeiros alvores
Fizeram-se ao caminho
Sem mágoas nem rancores

- Adeus foi um prazer –
Disseram a cantar
- Mantêm a mesa posta
Porque havemos de voltar.

(Jorge Palma, in “Norte”)

sexta-feira, março 04, 2005

sexta-feira, outubro 15, 2004

Ficção ou realidade?

Acabei de ler O Código Da Vinci!

...Se ficaram com algum interesse em saber a minha opinião sobre o Equador (ver post de 3/9/2004), adorei, adorei, adorei!... Escrita fluida, divertida, despretensiosa q.b., uma mistura muito interessante de ficção e investigação histórica. Tirando algumas descrições com pretensões queirosianas, não muitas mas ainda assim significativas, o livro lê-se de um fôlego.

Mas voltando ao Código Da Vinci:

Mais uma vez fiquei a olhar p’rás prateleiras e, mais uma vez, nada p’ra ler. Por isso, lá vai o bom do Valdemar de novo para as livrarias de Torres Vedras.

Há uma coisa que não percebo: O Equador é de um autor português e custou 25€; O Código Da Vinci é de um autor estrangeiro e custou 16€. São os dois do mesmo tamanho, com o mesmo tipo de papel...??? Enfim... Política de divulgação de autores portugueses!... ‘Engenheros’!...

O John Le Carré elevou os livros de espionagem ao estatuto de literatura, como a Agatha Christie fez com os livros policiais, o Hugo Pratt com a banda desenhada. Mas o Le Carré tinha uma vantagem: Havia Russos de um lado e Americanos de outro; Havia histórias de espiões a saltar de todo o lado. Mas agora!...

Não me lembro de, naquele tempo, alguém confundir ficção com realidade, por muito perfeitas quer fossem as descrições de locais, ou prédios, ou pessoas, ou instituições...

Então, porqu’é que, agora, confundem um livro de espionagem com realidade, só porque, em vez de Russos tem o Vaticano e, em vez de americanos, tem a Opus Dei???!!!... Aquela porra é ficção, caraças!!!... Por muitos conhecimentos que o Dan Brown tenha de História da Arte, por muito perfeitas que sejam as descrições de museus e pinturas, mesmo que existam alguns dos documentos descritos no livro, aquela merda é ficção!!!...

Mesmo que o Vaticano decida desatar a assassinar pessoas – o que já fez durante as Cruzadas ou a Inquisição, portanto nem é novidade - para proteger o segredo do Santo Graal, duvido muito que o Dan Brown tenha acesso a essa informação;

Mesmo que a Opus Dei decida seguir o Vaticano, para ver quem chega primeiro ao Graal, duvido muito que o Dan Brown o saiba!

Uma boa teoria da conspiração sempre vendeu filmes e livros. Há gajos muita bons a inventá-las, o que é o caso do Código Da Vinci.

Gostei muito. É divertidíssimo: Um livro tipo “tiro neles”, com perseguições de automóveis, pistas escondidas em obras de arte, suspense... Enfim, tudo o que vende bilhetes, bem escrito, rápido e a inevitável surpresa final.

sexta-feira, setembro 03, 2004

'Equador'

“Era um homem livre: sem casamento, sem partido, sem dívidas nem créditos, sem fortuna nem apertos, sem o gosto da futilidade nem a tentação do desmedido. O que quer que El-Rei tivesse para lhe dizer, para lhe propor, para lhe ordenar, a última palavra seria sempre sua. Quantos homens conhecia ele que se pudessem gabar do mesmo?”

Tem-se falado pouco de livros aqui. ‘Mea culpa’. Ultimamente têm entrado nesta casa mais tintas que letras, o que não é mau de todo.

Não foi um ano “em branco”. Leu-se o último da Filomena Mölder, o último do António Damásio e o último do Fernando Gil, um Tom Sharp - que é do melhor para ler na camioneta às 8 da manhã, com o pessoal todo a dormir ou a rogar pragas e eu a rir-me às gargalhadas! -, acabou-se o ‘Crash’ do Ballard que estava suspenso a meio há algum tempo, desistiu-se a meio do ‘Mulheres’ do Bukowski, foi muito divertido ler ‘Como Água Para Chocolate’ da Laura Esquivel e muito dramático ler ‘A Lista de Schindler’ do Keneally.

...Assim, de repente é o que me lembro.

Não é muito para um ano. Mas já houve tempos piores, em que não passava do ‘Ser e Tempo’ como pequeno almoço, as ‘Confissões’ como almoço e a ‘Ética’ como jantar. Porque comida mesmo, niqles! Só a da faculdade, que é o que sabe.

Mas há livros que são especiais. Ontem deu-me a travadinha. Não tinha nada para ler. Porra! Mesmo que não se leia, um gajo tem que ter em casa um livro “para ler”... Não sei se me entendem...

Comprei o “Equador” do Miguel Sousa Tavares.

Eu até nem curto muito o homem. Não é, digamos, um gajo que me caia no goto. Mas o livro estava mesmo ali à mão e depois de dar uma volta pelas livrarias de Torres – coisa que se faz em muito pouco tempo – as alternativas não eram muitas.

...E afinal...

Descobri um daqueles livros que não nos deixam dormir, nem comer, nem estudar... Só para não parar de ler! Um daqueles livros raros que depois de começado temos pena de ter de acabar.

Ainda só vou a um terço. Mas se a coisa se mantém assim, vai ser uma paixão e pêras!

NB – A citação inicial é da página 18.