"Lost in Florence" é um daqueles filmes que nos fazem pensar porque é que se gasta tempo (e dinheiro) a fazê-lo. Florença deve ser linda, mas tirando isso, nada no filme funciona, de tal forma que nem a paisagem da cidade consegue animar o espetador.
Evan Oppenheimer limita-se a andar de câmara em punho, perdido atrás de atores igualmente perdidos, sem carisma e sem interesse no que estão a fazer e no que devia ser suposto entusiasmar os espetadores. Reconheço: Alessandra Mastronardi (Stefania) é sexy, tem aquela beleza latina que me fascina, mas está muito longe da Milly de Woody Allen em "To Rome With Love", que, mesmo assim, já não era grande coisa.
Este é um mau "rapaz conhece rapariga". Os atores não funcionam, não têm química nem paixão, e a introdução do Calcio Fiorentiono - um jogo medieval, que parece mesmo a propósito para um ex-jogador de futebol americano - para criar alguma tensão entre culturas, falha redondamente, porque nem os personagens estão convictos daquilo que estão a fazer.
Não me canso de repetir: um bom romance é muito mais que beijinhos e abraços entre duas pessoas (supostamente) apaixonadas. Acima de tudo, é preciso que o espetador sinta a paixão, é preciso que o espetador se apaixone também. Sim isso, é apenas um desfilar de cenas sem sentido.
"Lost in Florence" tem Florença e nada mais. E mesmo a beleza da cidade, acaba por perder-se numa sucessão de desinteresse absoluto.
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