Come And Find Me: CRÉDITOS COMPLETOS |
Eu gosto deste género de filmes, que se deixam desenrolar sem pretensões e sem quererem inventar nada. "Come And Find Me" faz uso de todos os clichés do género e por isso é duma simplicidade desconcertante. A diferença é que, sabendo que não tem nada de novo para apresentar, o filme não se faz rogado em mostrar exatamente o que é, sem complicar o que já foi feito por outros melhores. Mais vale seguir a receita, em vez de querer improvisar e fazer asneira.
Claire (Annabelle Wallis), a namorada de David (Aaron Paul), desaparece sem deixar rasto. Ao fim de um ano, quando está prestes a desistir, uma serie de estranhos acontecimentos fazem-no reconsiderar. Nada de novo, portanto, só que Zack Whedon não é Hitchcock nem Polanski e Aaron não é James Stewart nem Harisson Ford, por isso o melhor é não querer parecer o que não é e ficar-se pelo mais simples possível. E é essa honestidade que cativa em "Come And Find Me".
Vamos então jogar o jogo com as cartas que temos, de tal forma que cedo o espetador percebe que não lhe querem impingir gato por lebre. O que há é precisamente o que está à vista. O filme é um artigo de contrafação, mas nem por isso é uma imitação rasca, é apenas um entretenimento de duas horas bem feito, com uma realização competente, numa história simples, servida por atores capazes.
Sem dar muitas piruetas de argumento, "Come And Find Me" tem suspense e mantêm a plateia interessada no que pode acontecer a seguir. Sabe criar tensão, sabe dramatizar, é agradável e cativante. Não é o melhor filme do ano e tem a honestidade de não querer parecê-lo. É puro entretenimento e, nesse particular, é-o efetivamente.
Muitos espetadores vão ter muitas criticas a fazer: é um romance, antes de ser um thriller? É que, nesse caso, já se viu muito melhor!... O despropósito de alguns flashbacks podem tirar o interesse da trama central; falta-lhe um fio condutor consistente, que tanto poderia ser a história de amor como a vida secreta, mas que o filme se decidisse por uma delas. É tudo verdade. Mas mesmo assim, é um belo exercício de série "B".
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