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Este filme corre o risco de passar despercebido no meio da avalanche de produções que caiem por aí, mas é verdade, verdadinha, que merece uma espreitadela. Um "série B" de ficção cientifica, de baixo orçamento, vindo da Austrália que nos ofereceu o Mad Max, que não sendo nada de arrasar, até se torna divertido, é bem feitinho e, pelo caminho, deixa um conjunto de boas performances de actores perfeitamente improváveis.
Vamos começar pelos defeitos: o título "Science Fiction Volume One: The Osiris Child" não vos soa altamente suspeito? É um daqueles nomes que, logo à partida, nos faz meter o DVD para o lado, na lista dos "ver depois"... Em segundo, os flash-backs, que dão sentido à história, só fazem a aventura arrastar-se, sem entusiasmo, tornando o filme lento, que é coisa que, de certeza, Roger Corman - o rei dos séries B - não aconselharia neste género de cinema; e os Reggeds, os monstros que parecem ser manipulados como marionetas de fio, que podem ficar muito bem em grande-plano, filmados de perto e em movimento rápido, mas que são ridículos quando filmados em planos largos.
E agora, o que interessa: numa colónia planetária, Kanne Sommerville (Daniel MacPherson) um militar caído em desgraça, trava uma luta contra o tempo para salvar a sua filha de 11 anos, Indi (Teagan Croft). Nessa cruzada, é acompanhado por um conjunto de personagens que, por motivos diversos, o irão ajudar na sua tarefa. Perguntarão vocês: como é que o realizador Shane Abbess - cujos créditos anteriores apenas resultaram em vulgaridades -, se desembrulha de mais esta vulgaridade, de forma a fazer hora e meia de filme?
A resposta, não sendo simples, é directa: não dando os passos maiores que a perna, que é o mesmo que dizer que se limita a fazer o que pode com o orçamento que tem à mão, nem mais um milímetro, nem menos um milímetro. Talvez não seja o mais visualmente fantástico dos filmes de ficção cientifica que irão ver, mas certamente é uma produção bem feita com o que há à mão, bem produzida dentro das limitações e com uma capacidade surpreendente de manter o espectador interessado e divertido.
Ao não querer parecer original, Ahane Abbess acabou por conseguir uma aventura interessante, muito acima da média e que se consegue ver com satisfação e prazer. Não é a produção deslumbrante do ano, mas é um excelente exemplo de como a ficção cientifica da série B de baixo orçamento, não precisa de ser uma calamidade. Uma tarde despreocupada, sem segundas intenções, exactamente como tem de ser um filme feito apenas porque sim.
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