CRÉDITOS COMPLETOS
A certa altura, “Stray Dolls” parece não ser mais que um “Thelma
& Louise” em versão “B”., mas aí já
o espectador percebeu que está a ver um
excelente thriller policial, com suspense, ritmo e drama. De surpresa em surpresa,
estamos perante a melhor prova que não é preciso milhões para fazer um grande
filme.
Como primeira obra, Sonejuhi Sinha consegue aquilo a que se
pode chamar um tiro na mouche. Sem
compromissos com o mainstream nem com os grandes estúdios, o realizador dá largas
a um certo amor por referências cinematográficas, desde as Cataratas do Niágara
às duas heroínas em fuga, estilizando um conjunto de clichés de trillers e
dramas.
Riz (Gaetanjali Thapa) é uma emigrante ilegal nos Estados
Unidos, que trabalha num motel de beira da estrada, onde partilha quarto com Dallas
(Olivia DeJonge), uma viciada, perita em esquemas e subterfúgios. Entre ambas
vai-se desenvolver um plano para devolver a liberdade à primeira e alguma
dignidade á segunda. Como seria de prever, nem tudo corre como planeado e ambas
vão entrar numa espiral de crimes e violência.
O filme tem muitos sub-temas no interior, desde a emigração
ilegal, a prostituição, o trafico de
drogas, todos eles tendo um papel relevante na acção. Afinal, é por motivos
diferentes que Riz e Dallas se envolvem na aventura que planearam. Mas o centro
do turbilhão é mesmo um drama policial envolvente, dinâmico e interessante.
Sonejuhi Sinha tem um excelente sentido do detalhe, sabe
estar no interior e no exterior, sabe onde posicionar-se para que nada se perca
na acção. Talvez devesse fugir a alguns pormenores demasiado vistos, mas não se
poderia pedir muito mais à estreia. “Stray Dolls” é um policial
puro e duro, com aquele sentido de humor muito ati-social – o caso da
foto de João Paulo II na recepção, ou o poster de Dolly Parton no quarto de
Dallas – que fará as delicias dos mais atentos.
Não podemos negar que este lado negro do “sonho americano”
já foi filmado vezes sem conta, mas “Stray
Dolls” encontra sem dificuldade o seu cantinho próprio no saturado tema central,
mais que não seja, pela forma como valoriza e venera a obra cinematográfica
anterior.
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domingo, abril 26, 2020
DE SURPRESA EM SURPRESA
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