Por uma razão qualquer, a que só o acaso sabe responder, num curto espaço de tempo, vi vários filmes com a mesma atriz:
Brit Marling.
E o que é que isso tem de extraordinário? Perguntarão vocês, primeiro, porque eu nem sou de ganhar especial afeição por atores em particular - com algumas exceções, como Jack Nicholson e Jodie Foster - e, segundo, porque hoje em dia o cinema vive em especial de um punhado de interpretes que, com maior ou menor frequência, se repetem nos ecrãs até à exaustão.
O que tem de especial é a consistência com que Brit Marling representa os seus papeis, ao mesmo tempo que assume funções de escritora em, pelo menos, dois dos filmes vistos. Tudo com uma desenvoltura brilhante, sem muito fogo de artificio, mas com uma competência - quer como atriz, quer como argumentista - de fazer inveja a muito atorzeco, talvez mais mediático, mas certamente menos interessante.
Todos os filmes que vi eram, de uma maneira ou de outra, direta ou indiretamente, romances, no sentido em que tratavam de relações pessoais, mas não necessariamente sobre o velho tema de "rapaz conhece rapariga". No entanto, fosse quais fossem as voltas que se desse, tratavam-se de filmes sobre o amor, sobre a paixão e sobre como uma pessoa em particular nos pode afetar de forma definitiva para o resto das nossas vidas.
Quer a cientista brilhante de "I Origins" - mais tarde, esposa solidária -, quer a criminosa acidental - em vários sentidos da palavra - de "Another Earth", quer a jornalista frustrada de "Posthumous", quer a agente infiltrada de "The East", têm em comum serem personagens consistentes, credíveis e que criam empatia com o espetador. E isso é muito mais do que se pode dizer de alguns atores que vemos com mais espalhafato e com mais holofotes apontados.
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Posthumous |
Talvez se lhe possa apontar (ainda) não ter atingido uma performance que iguale Jack Nicholson em "
Voando Sobre Um Ninho de Cucos" ou Jodie Foster em "
A Estranha em Mim" - apenas como exemplos e para ficarmos restritos aos atores que falei lá atrás -, pelo menos nos filmes aqui referidos. Mas é óbvio que essa excelência está latente. Duma forma menos exuberante, talvez, mas nem por isso menos fascinante.
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Another Earth |
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