- Mas já alguém provou que existe?!"
Vamos já por os pontos nos "i's": adorei este filme. "I Origins" - um trocadilho que, em relação ao tema do filme, só faz sentido em inglês e torna (quase) impossível a tradução para português - é um romance. Um filme que conta uma história de amor, que como já disse algures lá para trás, é perfeitamente previsível a caminho dum final pré-estabelecido. O que faz um bom ou um mau filme, é a capacidade de ir surpreendendo o espetador ao longo da história. Há previsibilidades mais previsíveis que outras!...
Depois, olhando uma segunda vez, "I Origins" é muito mais que a história de amor "em si". É, na verdade, uma guerra de convicções, nas quais, a partir de certo momento, o espetador é deixado sozinho para tomar as suas próprias decisões.
Este filme não vai bater recordes de bilheteira, nem vai figurar na lista dos melhores filmes da vida de quem o vir. É, no entanto, um belo exercício de inteligência hollywoodesca. Uma demonstração cientifica, de como é possível fazer um excelente filme, desde que se junte um grupo de atores empenhados, que acreditem no que estão a fazer, e uma direção competente.
Mike Cahill caiu do céu para escrever e realizar um filme interessantíssimo. Não porque tenha um ritmo elevado, com peripécias recambolescas, mas porque sabe contar uma história de forma cinematográfica, revelando o que tem interesse e pondo der lado o lixo, que, afinal, serve para encher o olho - uma brincadeira com o tema do filme! -, mas que, no fim, não serve para a nada, a não ser queimar película - coisa que, fora da era digital, valia muito dinheiro e não era para desperdiçar!
Acima de tudo, este filme é interessante, intrigante e, sem querer introduzir-me nas convicções pessoais, é revelador - seja qual for a forma como cada um entende este termo. Não foi só um dos melhores filmes que vi este ano (apesar de já ter dois anos, mas nunca é tarde para nos arrependermos, não é?), mas é um dos filmes que vou juntar a uma pequena galeria de "ver novamente".
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