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"Inconceivable" é um daqueles filmes que não oferece nem mais nem menos do que aquilo que promete, desde a capa ao último fotograma: um thriller honesto, filmado de forma honesta, representado por actores honestos. A história pode parecer um dejá vu - e é, em certo sentido -, mas todo o produto final vem embrulhado numa competência que não desilude o espectador, se este for devidamente prevenido acerca do que vai encontrar.
Para fugir do seu passado, Katie (Nicky Whelan) muda de cidade, onde cria uma relação de amizade com o casal Brian (Nicholas Cage - em minha opinião, um actor excelente mas incompreendido) e Angela (Gina Gershon), de quem se torna baby-sitter. A partir desta premissa simples e directa, Jonathan Baker realiza um filme simples e directo, com momentos de suspense simples e directos. Um thriller certamente interessante, considerando que cada um faz o seu papel e todos o fazem bem feito.
O facto de nada estar a mais e nada estar a menos, podia perfeitamente ser o ponto de partida para qualquer coisa nova, mas o argumento de Chloe King não deixa muitas pistas para que Jonathan Baker se ponha a inventar. As coisas são o que são e "Inconceivable" é precisamente o que é. Se ninguém vai ficar desapontado, também é verdade que ninguém vai ficar surpreendido.
Aqui está um daqueles filmes do qual não se pode dizer mal porque é bem feito, mas também não se pode dizer bem, porque não passa nem um milímetro do risco. Talvez entusiasme os amantes de thrillers, que gostam de sustos e reviravoltas finais, mas mesmo esses, penso eu, têm muito mais e melhor com que se entreter. Aqui vão apenas passar o tempo.
"Inconceivable" contém pelo menos duas estreias em produções hollywoodescas: a realização de Jonathan Baker e a actuação de Nicky Whelan. Se a segunda não desilude (antes pelo contrário, compõe uma excelente Katie), o primeiro vai precisar de mais atrevimento, mais "punch" - como diz um amigo meu -, para criar ideias próprias. A honestidade, só por si, pode não ser um trunfo na selva do cinema.
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