Através do IMdB, fui dirigido de "El Cadáver de Anna Fritz" para este "The Autopsy of Jane Doe" e por isso estou-lhe eternamente agradecido, porque este é um dos melhores filmes de terror desde há muitas décadas. Não apenas uma colagem de cenas gore a despropósito, mas um monumento ao melhor horror dos anos 70 e 80, numa vertigem que há muito não via.
O realizador Adré Overdal pega num argumento de Ian B. Goldberg e Richard Naing - habituados a trabalhar para a televisão e, por isso, conhecedores duma impecável noção de ritmo - e constrói um filme absolutamente impecável, no que toca ao horror e ao mistério. Estou-lhe eternamente agradecido.
A história é simples: um cenário que parece ser de crime sangrento, com três ou quatro corpos. Um deles, uma bela e jovem desconhecida, sem sinais aparentes de qualquer tipo de violência. É, portanto, preciso perceber o que aconteceu, trabalho esse que começa pela a autópsia da rapariga, tarefa dos médicos legistas Austin e Tommy Tilden (Emile Hirsch e Brian Cox). Passaram-se não mais de 20 ou 30 minutos. Está na hora de apertar o cinto e começar a verdadeira corrida!
Sim, o filme também tem todos os clichés do género, sustos que pretendem ser imprevisíveis, telefones que não funcionam e telemóveis sem rede; sim, o final encontrado vai parecer rebuscado e quase infantil. Mas tudo isso é facilmente esquecido pela atmosfera intensa que o filme consegue criar, um hino irrepreensível ao melhor John Carpenter das séries "B". Aquele cinema de terror, ao qual não se lhe pode apontar defeitos, por muito que os encontremos no desenrolar da película.
Excelente ambiente de terror, personagens interpretados por atores competentes, tudo embrulhado numa fantástica direção. É por se fazerem filmes destes, que qualquer espetador - amante do terror ou não - fica eternamente agradecido.
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