"Mr. Church" é um filme sobre o amor, nas suas perspetivas mais variadas, mas, acima de tudo, é um filme feito com amor. Tudo, dentro desta obre, emana um profundo sentimento de paixão, e isso inclui a escrita sensivel de Susan McMartin, a realização cuidada de Bruce Beresford (sim, o mesmo de "Driving Miss Daisy" ou "Paradise Road"), e a representação dos atores. Os mais sensiveis irão chorar - várias vezes!... -, mas não faz mal; são lágrimas de alegria e de prazer.
Eu nunca fui um grande admirador de Eddie Murphy (Mr. Church), salvo algumas (muito) raras exceções. Por isso, este filme é quase um murro no estômago. É verdade que não está sozinho e isso faz toda a diferença, ainda por cima na companhia de Britt Robertson, Natascha MeCelhone ou as pequenas MecKnna Grace e Natalie Coughlin, que saltou das infantilidades da TV, para partir corações em "Mr. Church".
"Mr. Church" é um filme para nos apaixonarmos, pelos personagens, pelas relações que estabelecem entre si, pelo sentimento de amizade que todos colocam no que fazem e na forma como interagem uns com os outros. Nada é por acaso na história e cada um sabe muito bem onde quer chegar. Este é aquele cinema que parte corações, deixa o estômago ao pé da boca e faz derreter o mais frígido. Estamos perante uma obre sobre emoções, que, acima de tudo, provoca emoções. Coisa rara hoje em dia!
No mesmo sentido que é um filme sobre a vida, "Mr. Church" é um filme sobre a morte, sobre a importância do amor e da amizade, na salvação que daí retiramos ao partilha-los com os outros. Todos estes personagens têm uma relação profunda com quem os rodeia e consigo próprios, num circulo que acaba por incluir o espetador.
É raro acontecer, no cinema atual, que um filme partilhe tanta emoção, sem nenhum outro sentido que não seja esse mesmo: dividir sentimentos com a plateia. Não sei o que vai acontecer com "Mr. Church" nos prémios de cinema de 2016, a carreira do filme foi muito discreta, pouco publicitada, e o box-office não deve ter acumulado muitos zeros. Mas há uma coisa que eu sei: quem gosta de dramas, vai ficar com um enorme peso na consciência, se, por acaso, acabar por não o ver.
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