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Na sua essência, "Aniara" é um poema de ficção-científica escrito pelo prémio Nóbel da literatura Hary Martinson. O filme "Aniara" interessou-me em especial, porque o próprio autor é co-escritor do argumento, o que demonstra alguma credibilidade do realizador Pella Kagerman em manter-se o mais perto possível da ideia original.
O Ser do filme - aquilo que se mostra ao olhar do espectador - é a história duma nave espacial que transporta pessoas da Terra - que se tornara inabitável - para Marte e que sofre um acidente que a desvia da rota. Na sua essência, é uma aventura de descoberta do lugar do homem no universo e de cada um na vida.
Na sua essência, "Aniara" apresenta uma terceira possibilidade para o futuro: nem a IA destrói a humanidade, nem a humanidade abdica da IA para se salvar. A estupidez humana fará com que a IA cometa suicídio por desespero - que, na verdade, é o significado mais próximo da palavra grega ἀνιαρός (ániarós).
No seu Ser, "Aniara" é um filme inteligente mas difícil, que fará muitos espectadores desistir a meio. Fazem mal, porque é uma daquelas obras que tem de ser vista até ao fim, para fazer sentido. Está tão distante das aventuras de George Lucas como da alucinação de Ridley Scott. É uma obra única, sem paralelo na filmografia do resto da Europa, muito menos do resto do mundo.
Na sua essência, "Aniara" está muito mais próximo de "Stalker" ou de "Solaris" (do original, de Andrey Tarkovski) que de "2001: Uma Odisseia no Espaço". É um filme que apela à reconsideração sobre o presente e onde ele nos levará no futuro que nos espera, que, segundo Hary Martinson e Pella Kagerman, não é lá muito brilhante.
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