sexta-feira, outubro 23, 2015

BONECAS POUCO INSUFLÁVEIS


A história do fetiche com bonecas, namoradas-zombi, necrofilia e outras fantasias sexuais é velha no cinema. Hollywood vai dando uma espreitadela ao assunto, mas, por questões comerciais, mantém-se no politicamente correto, nunca saindo duma espécie de faz-de-conta.


"Hello My Dolly Girlfriend" vem da Coreia e isso faz toda a diferença! O cinema coreano não tem meio termo, não disfarça o óbvio. O filme é uma sucessão de cenas sangrentas por um lado e de desvios eróticos por outro, sem medo das consequências e sem contemplações com o espetador.


Claro que muitos vão recusar assistir a tremendo festival de depravação, digno das mais profundas sessões de psicanálise. Um banquete de sangue e sexo ao melhor nível coreano e japonês. Para os estômagos que aguentem, é o Sétimo Céu.

quarta-feira, outubro 21, 2015

COLEÇÃO DE MOMENTOS

"A vida é uma coleção de momentos. O objetivo é conseguir a maior quantidade possível de bons momentos."



Interessante, divertido e atrativo. O que se pode esperar mais dum filme?


"5 to 7" podia descambar num dramalhão sem ponta por onde se pegasse, mas Victor Levin faz deste filme um belo pedaço de arte de cinema.


Os atores fazem o que lhes compete na perfeição e quando tudo funciona no mesmo sentido, o filme só pode correr bem. Fica a ganhar o espetador. Uma hora e meia do melhor!

sábado, outubro 17, 2015

GERIR O SILÊNCIO



Não é por mais de metade do filme ser passado no exterior, que a claustrofobia desaparece em "Z for Zachariah" (Os Últimos Dias na Terra). O filme alimenta uma tensão que se vai acumulando com o desenrolar do drama e o que mais fascina é a gestão dos silêncios que Craig Zobel consegue fazer ao longo de toda a história, alimentando o suspense, que é mais previsto que visto.


Os personagens parecem alimentar-se da energia uns dos outros e, sendo uma história aparentemente simples, o espetador acaba sempre por ficar em suspenso da próxima cena, que pode, ou não, ser o que se supõe que irá ser.
Há inúmeros filmes sobre o fim da humanidade, sobre a vida num suposto pós-apocalipse. Em Z for Zachariah não sabemos o que aconteceu, nem isso interessa. Sabemos que há uma sobrevivente, a quem, ao longo do filme, se junta mais um e mais outro. O resto é previsível, não é?


Três atores, três personagens, dirigidos com sabedoria - mas, ao mesmo tempo, com descrição. A câmara funciona apenas como mais um espetador, sem se intrometer demasiado no drama. É verdade que eu não tinha quaisquer expectativas acerca do filme, o que pode ter alguma influência na apreciação, mas reconheço que não vai ser um filme consensual: não faz perguntas, não procura respostas, não adianta soluções. É apenas um drama, nada mais, e em certos momentos, muitos dirão que é chato.

terça-feira, outubro 06, 2015

CLICHÉS DE PAPEL


O pouco que é proposto ao personagem principal de Paper Towns - sair da sua zona de conforto - é precisamente aquilo que o filme não faz.


A história do rapaz-conhece-rapariga está contada de todas as formas possíveis e imaginarias  e este Paper Towns é apenas mais uma, que se vai arrastando de cliché em cliché, até ao cliché final.


Durante quase duas horas vamos andando por cenas previsíveis, decalcadas de outras cenas já mais que vistas em outros tantos filmes do género.


Não é, necessariamente, um filme chato. Pelo contrário, vai correndo ligeiro. Mas, no fim, não sobra nada e, pelo meio, nada ficou.

segunda-feira, outubro 05, 2015

LAMBER O TACHO

Os portugueses decidiram dar ao PS a hipótese de lamber o tacho da coligação PSD/CDS.

Mas como não são totalmente parvos, decidiram também meter o Bloco de Esquerda a servir de "4º árbitro", que é aquele gajo lá atrás da baliza, mas que na realidade não serve para nada.


Das duas, uma: ou a coligação PSD/CDS se entende com o PS - coisa que não me parece muito difícil, já que todos eles estão desejosos de ser importantes e irão, certamente, encontrar uma plataforma de entendimento que permita a todos chuchar -, ou o PS decide que tem mais de fazer à vida do que dar uma voltinha pela direita e decide derrubar o governo, provocando outras eleições - que se sujeita a perder por margem mais significativa, que o pessoal já não anda para aturar birrinhas do Costa.

Em todos os casos, vai tudo resumir-se à quantidade de restos que a coligação PSD/CDS vai decidir dar ao PS. É verdade que os socialistas teem a mania que são grandes e vão começar por exigir muito, mas com calma, vai bastar uma colherinha de rapar o tacho - ou aquele instrumento de borracha que a minha avó usava... Salazar, não era!...


Quanto ao "povo" propriamente dito, de 9 milhões e meio de inscritos, 4 milhões decidiram que o melhor era mesmo ficar em casa e dos outros, quase 200 mil decidiram que as propostas impressas no boletim eram desinteressantes. Resumindo: os que realmente votaram nos partidos, foram pouco ou nada mais que os primeiros, os que não levantaram o rabo do sofá!