quinta-feira, dezembro 31, 2015

E MARTE É MESMO AQUI



Há um conjunto de filmes que todos os cinefilos devem ver, quando o tema é ficção cientifica. Consigo lembrar-me, de repente, de quatro - "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Alien, o Oitavo Passageiro", "Blade Runner" e a trilogia "Matrix" -, mas vou ser acusado de me esquecer de algum.



"The Martian" podia ter seguido vários caminhos, e escolheu não seguir nenhum. Ridley Scott é demasiado competente para deixar o filme perder-se - basta reparar-mos que, dos quatro filmes lá acima, dois são dele! -, mas parece que quem se prende nas malhas da indecisão, é ele próprio.


Podia explorar o tema da solidão, o drama de Mark Watney (Matt Damon) sozinho durante dois anos em Marte; podia explorar o drama do salvamento, quer dos cientistas na NASA na Terra, quer da equipa de astronautas que continuou a missão sem ele.


Afinal, nem uma coisa nem outra. The Martian é muito mais um filme sobre Física que sobre ficção cientifica, mas numa perspectiva infantil, como aquelas festas para crianças com vulcõesinhos e bombinhas. Nada é levado muito a sério e o filme não passa duma aventurasinha divertida, mas que parece nunca ser levado muito a sério.



Acredito que ninguém se vai aborrecer a ver o filme. Tem ritmo e está filmado com competência, mas depois, puf! Não sobra grande coisa. O que é pena: a história tinha grandes possibilidades!