"Livro Negro" |
“Livro Negro” é um thriller, o que quer dizer que vive de surpresas e inesperados, pelo que não me posso esticar muito, sob pena de estragar o divertimento. Por isso, vou tentar passar entre os pingos da chuva.
Deixem-me começar por dizer, que eu não sou um fã incondicional do cinema de Verhoeven (sim, sei o que estão a pensar: “Robocop” ou “Instinto Fatal” ou “Desafio Total”), mas não me consigo decidir sobre aquele andar na corda-bamba, entre a grandiosidade de Hollywood e a intimidade do cinema independente.
Mas isso não me cega completamente e reconheço quando vejo um bom filme, como é o caso deste “Livro Negro”, venha ele do realizador que vier. Uma história contada com inteligência, com suspense, reviravoltas e surpresas. Tudo o que faz um bom thriller, coisa que Verhoeven já demonstrou fazer bem.
Além disso, para quem, como eu, aprecia a beleza feminina, Carice van Houten é um anjo caído do céu. E o realizador parece concordar comigo, já que filma a actriz em todo o seu esplendor, coisa que ela parece aceitar com prazer e despudor (e ainda bem para nós, espectadores).
Não que isso faça Verhoeven limitar-se a prestar vassalagem à sua musa. Rachel é um elemento sexy e sexual do filme – lembrem-se da Sharon Stone de “Instinto Fatal” e esta obsessão por extrair o lado mais sensual das mulheres bonitas não é nada de novo -, mas funciona como mais um elemento, nunca o principal.
À superfície, “Livro Negro” é um filme de espionagem e de guerra, mas como o chocolate, quando se começa a derreter na boca é também um romance. Às vezes convencional, outras vezes nem por isso.
Sinopse: Rachel junta-se à resistência holandesa contra a ocupação nazi e recebe a missão de se aproximar de Müntze, capitão das SS. Só que entre ambos, vão desenvolver-se sentimentos que não estavam previstos.