O Circulo: CRÉDITOS COMPLETOS |
Nestas crónicas cinéfilas, já toda a gente percebeu a minha admiração incondicional por Tom Hanks, mesmo nos mais pequenos papeis ou nos filmes menos conseguidos. Agora, juntem a isso Emma Watson - a menina que cresceu como Hermione, a disfarçada e secreta apaixonada de Harry Potter, mas que já nos brindou em "As Vantagens de ser Invisível", "Noé", "Regressão" ou "A Minha Semana com Marilyn".
Este "The Circle" é, logo à partida, o cruzamento de um senhor ator com uma menina atriz, mas não se fica por aí. James Ponsoldt já me tinha oferecido o muito vulgar romance "Aqui e Agora" e aguçou-me a curiosidade por se aventurar nos mistérios do policial e da ficção científica. E a verdade é que, não fazendo nada de novo, também não se sai muito mal, considerando as experiências anteriores.
No fundo, no fundo, "The Circle" não trás nada de novo a outras teorias da conspiração, mas com a intenção de explorar novos horizontes, podemos deixar escapar as coisas mais simples que se apresentam ao nossos olhos. Este é um filme simples, feito com competência, com ritmo e com drama. O que é que se pode pedir mais?
Mae (Emma Watson) começa a trabalhar numa firma onde vai subindo hierarquicamente, devido a uma combinação de sorte e acaso, acabando por se envolver num dilema moral com consequências trágicas, dilema esse que Ponsoldt não se dá ao trabalho de explorar com alguma intensidade. O filme é uma aventura, moral sim, mas sem fazer ondas.
A vulgaridade da história, pode fazer com que muitos realizadores se ponham a inventar e criar qualquer coisa que pensariam ser nova, mas Ponsoldt limita-se a seguir em linha reta, cumprindo as regras da tradição mais elementar, e o filme só fica a ganhar com isso. Ninguém acaba por se sentir enganado. Toda a gente se sente bem no seu papel, do diretor, passando pelos atores, até ao espetador. O filme segue ligeirinho, começa e acaba e o que há para ver está às claras.
Alguns espetadores vão sentir-se como um balão a que tiraram o ar: o filme não acrescenta nada ao que já sabíamos, não expõe nada que nos sirva para o futuro e, enquanto thriller, tem uma exasperante falta de suspence. Mas os menos exigentes vão divertir-se com uma históriazinha vulgar, filmada de forma vulgar, que seduz extamente - e principalmente - por ser uma vulgaridade tão honesta. que não merece ser desrespeitada.