quarta-feira, janeiro 17, 2018

TOMEM LÁ O CHEQUE E DESPACHEM-SE!...

Ameaça Global: CRÉDITOS COMPLETOS

Imaginem o director dum estúdio qualquer (neste caso especifico o Skydance) a dizer para o grupo dos piores empregados que lá tem, que "este fim de semana tenho lá o meu filho de 12 anos em casa, façam-me aí um filme com naves e explosões para o entreter durante hora e meia. Tomem lá 120 milhões para uns actores conhecidos que andem por aí sem fazer nada e vão ao trabalho!". Os técnicos (passe o exagero!) olharam uns para os outros, alinharam uns diálogos numa teoria da conspiração, meteram umas cenas com space-shuttles e fizeram o pior que sabiam para entreter miúdos que os pais não querem a chatear pela casa. Isto é "Geostorm"!


Há filmes que nunca deviam ser feitos, sob pena de serem considerados crimes contra a humanidade e darem direito e levar ao Tribunal de Haia toda a equipa envolvida. É o caso deste, tão ridículo que envergonha até o espectador, só por se ter decidido a comprar o bilhete e a sentar-se na sala. Desde o título à interpretação, dos diálogos ao enredo, tudo em "Geostorm" é um falhanço completo: conversas de fazer corar as redacções das crianças da 4ª classe - salvam-se meia-dúzia de piadas bem metidas, o que é muito pouco para quase duas horas de filme -, efeitos especiais e cenas de acção de matar de riso os Disney dos anos 30, um argumento que deve ter sido escrito a partir duma conta de super-mercado...


E o pior é que até conta no elenco com algumas caras interessantes como Ed Harris ou Andy Garcia, que ainda hoje devem estar a pensar como é que foram ali parar, de onde é que os foram buscar para integrar esta história disparatada de um americano maluco (não, não se chama Trump!...) que, para dominar o mundo - ou algo parecido -, decide colocar um vírus informático no grupo de satélites colocados no espaço para controlar as alterações climáticas, que estavam a destruir o planeta. O problema é que, quando começam a desenvolver a coisa, o realizador e co-argumentista Dean Develin, juntamente com o co-argumentista Paul Guyot, metem de tal forma os pés pelas mãos, que é óbvio que não sabem o que querem nem como fazer o que não sabem que sabem que não sabem. Percebem?...


"Geostrom" deve ser o pior filme de 2017, senão um dos piores do século XXI ou mesmo de todos os tempos. Talvez até sirva para entreter crianças de 10 anos, para elas não andarem a correr pela casa a chatear, mas mesmo isso é duvidoso que consiga, se elas forem minimamente inteligentes e tiverem um mínimo de gosto por cinema. Talvez se riam das explosões, se entusiasmem com as cidades inundadas, mas o mais provável é encararem o filme como uma comédia. Não é má solução para manter bebés ocupados, mas é uma péssima opção para gastar dinheiro a ir ao cinema.