segunda-feira, março 20, 2017

MISTÉRIO NA TERRA DOS ALL BLACKS

"Prefiro não ser ninguém num lugar qualquer, que ser alguém em lugar nenhum"

Um Refúgio no Passado: CRÉDITOS COMPLETOS

A filmografia neo zelandeza não é exatamente conhecida em Portugal, daí o facto deste filme ter passado quase diretamente para o mercado de vídeo. E, no entanto, é um excelente thriller, que começa por parecer um simples drama familiar, mas que de repente fica impregnado duma maravilhosa tensão policial. Um excelente exemplar de como se constrói um mistério envolvente.


"In My Father's Den" é um filme lento, daqueles que é necessária paciência para o ver desenrolar-se à nossa frente. Não tem grandes cenas de ação nem aventuras explosivas. É um drama psicológico - principalmente na perspetiva do espetador - e leva essa premissa às últimas consequências. É preciso gostar da cadeira onde estamos sentados, para apreciar o desenvolvimento da história.


A partir de um argumento aparentemente vulgar - o regresso a casa do filho afastado à longos anos, que vai desenterrar um passado que seria melhor ficar escondido -, Brad McGann realiza um filme cheio de suspense e mistério, que arrasta o espetador através duma pequena vila da Nova Zelândia, onde a novidade é sempre esperada, mas temida quando realmente aparece.


Paul Prior (Mattew Macfadyen) é correspondente de guerra de jornais ingleses de tiragem mundial, candidato a prémios internacionais. Após a morte do seu pai, regressa a casa, onde trava amizade com Penny (Miranda Otto), filha adolescente de uma ex-namorada. A partir daqui, vai criar-se uma teia de revelações, mistérios e suspeitas, que fazem o espetador ficar preso no ecrã durante duas horas.


Não fazendo uso de qualquer fogo de artificio - tão típico de Hollywood para esconder as suas mediocridades -, "In My Father's Den" é um filme que precisa de tempo para ver a história desenvolver-se, criar a sua sofisticada teia de intriga. Depois, é impossível resistir-lhe. É um daqueles casos em que ficamos com a sensação de que, o que vimos na tela, fica colado em nós, mesmo depois de abandonarmos o cinema.