terça-feira, agosto 09, 2016

SOMOS TODOS INOCENTES!


Em "Os Condenados de Shawshank", juntam-se uma coleção de pequenas coisa que, todas juntas, fazem um dos melhores filmes de todos os tempos. Não conheço o conto original de Stephen King, mas se colarmos este argumento e a realização de Frank Darabont, com as interpretações esmagadoras de Tim Robbins e Morgan Freeeman, não há como largar os olhos do ecrã durante estas duas horas.


Um filme tem de ser uma sucessão de coisas que devem funcionar juntas e fazer sentido no fim, embora na realidade, sejam quase coisas independentes que se colam: realização, interpretação, produção, edição... Tudo tem de ter um propósito no objeto final.


O que acontece em "Os Condenados de Shawshank", é que se atingiu um nível de perfeição, que dificilmente poderá ser superado. Isto porque nada está a mais ou a menos neste filme. Atrás da realização de Darabont a das interpretações de Robbins e Freeman, vêm Bob Gunton ou Clancy Brown, vem a música de Thomas Newman ou a direção artística de Peter Landsdown Smith.


Este filme não tem aquilo a que geralmente se chama "acção". Não tem efeitos especiais, não tem perseguições de automóveis nem aventuras mirabolantes. Trata-se (apenas) de um grupo de homens, fachados numa prisão e da forma como se afetam uns aos outros e de como o seu quotidiano se desenrola.


"Os Condenados de Shawshank" não é um filme para ver descansado com a família, principalmente se tiverem filhos pequenos. É um filme adulto, sobre um tema adulto e com cenas violentas, pode mesmo dizer-se, de uma violência atroz. No entanto, é um dos 5 ou 6 melhores filmes da minha vida. Há quem diga que "Casablanca" é o melhor filme de todos os tempos - nem sequer me vou dar ao trabalho de contestar!; pois bem, tem aqui uma séria concorrência para esse estatuto.