A maior dificuldade em fazer filmes sobre adolescentes está no facto de, primeiro, se cair no moralismo idiota, tratando os adolescentes como criminosos incontroláveis ou vitimas indefesas; segundo, fugir para o puro drama sem sentido, tratando os adolescentes como seres ao sabor de emoções que os adultos não compreendem.
"Suicide Room" tem a vantagem de ver o mundo pelos olhos dos adolescentes, tal como os adolescentes - pelo menos alguns - o vêm, sem tentar que o espetador se aproxime ou se afaste dos personagens. Conta uma história dramática, tal como as histórias dramáticas devem ser contadas: com drama e emoção.
A realização é pura e dura tal como a vida dum adolescente. Não faz concessões ao politicamente correto, mas também não tenta o seu contrário. Vai seguindo a acção conforme ela se desenrola, e deixa que o espetador siga as suas próprias emoções.
Às vezes o excesso de filmes americanos ou com apetência americana, mesmo feitos noutros países, faz-nos esquecer da simples filmografia europeia, que tem uma vida própria e uma forma própria de ser (europeia). A Polónia - os países de leste em geral - tem uma identidade muito pessoal de fazer cinema. Suicide Room é um excelente exemplo, nada ficando a dever a Andrzej Wajda ou Krzysztof Kieslowki.