quarta-feira, abril 19, 2017

COMIDA DE HOSPITAL

De Repente, Já Nos 30!: CRÉDITOS COMPLETOS

Até pode ser que seja "Big" o primeiro filme que nos vem à cabeça quando vemos este "13 Going On 30", mas foi "Peggy Sue Got Married" do que mais me recordei. Este é um daqueles casos que sabe a "comida de hospital", aquela coisa onde os cozinheiros passam horas a matutar sobre hidratos de carbono e equilíbrio nutricional, mas depois, aos doentes que realmente comem, sabe sempre a uma coisa insonsa feita à pressa e sem interesse.


É que Gary Winick até consegue um filme com uma mensagem importante, que deveria ser ouvida com atenção, mas fá-lo num filme que acaba por não ter nada de especial a dizer - o que pode parecer uma contradição, mas não é quando passar a hora e meia que o filme dura. Ainda por cima os atores não estão especialmente mal - embora entre Jenna (Jennifer Garner) e Matt (Mark Ruffalo) pudesse haver um pouco mais de faisca.


A festa de anos de ma menina de 13 anos corre particularmente mal e ela culpa o seu melhor amigo pelo fracasso, desejando saltar o tempo e acordar com 30 anos, desejo esse que o destino decide satisfazer. No dia seguinte, está no corpo de uma adulta, com a mentalidade de uma criança, enquanto convive com os seus amigos de infância, que têm toda uma história de vida no seu passado.



"!3 Going On 30" é, portanto, um filme sobre segundas hipóteses, sobre dar mais atenção ao que temos do que ao que desejamos ter, o que Jenna irá aprender não sem antes atravessar algumas situações que envolvem alguma descoberta sexual, álcool - algo que agrada particularmente à menina em corpo de adulta - e outras aventuras que era suposto terem piada, mas que acabam por parecer sempre ridículas e a despropósito, como se fossem metidas ali sem nexo e sem cuidado.


Jennifer Garner não está nada mal no papel que lhe cabe de representar uma trintona com mentalidade de criança, conseguindo quase reproduzir aquele andar desengonçado de pré-adolescente, mas o filme não passa duma brincadeira forçada. Fica a milhas de distância do citado "Big" e do "Peggy Sue...", então, nem se fala! O que é uma pena, porque podia ter inventado um drama complexo sobre o amor e a amizade, daqueles que duram uma vida.