Decidi ver "Get a Job" por causa da Anna Kendrick, uma admiração antiga do tempo da saga "Twilight". Quando estamos perante as múltiplas escolhas à porta do cinema, há sempre uma razão para escolher um filme e não outro - o realizador, a banda sonora, os Óscars que ganhou (ou não). A minha foi a Anna e é uma razão tão boa como outra qualquer (ou, visto por outro prisma, é uma razão melhor que qualquer outra!)
Uma comédia deve fazer rir ou, pelo menos, deve ser divertida - Blake Edwards e Peter Sellers faziam isso na perfeição - e um drama deve ter uma sequência de tensão que interesse ao espetador - vale a pena falar do recente "The Revenante"? E é aí que "Get a Job" falha completamente.
Quando quer fazer rir, não consegue; e quando quer ser algo dramático, o riso - ou sorriso - que se perdeu na cena anterior, parece ficar engasgado na sequência dramática seguinte. Não basta colocar uma série de pós-universitários a fumar drogas, para fazer um retrato da juventude e das dificuldades da vida atual. É preciso mais, senão muito mais, pelo menos algo mais.
É verdade que é um filme de baixo orçamento - ou, pelo menos, parece ser - e podemos considerar alguma condescendência, mas depois tem um elenco com talento suficiente para fazer melhor: Bryan Cranston, Maria Gay Harden, Jorge Garcia... Todos parecem andar ali à deriva, algo perdidos e à procura de alguma orientação, tentando saber exatamente para onde ir. Ninguém lhes dá uma resposta e acabam por não ir a lado nenhum!