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"Watercolor Postcards" merecia melhor sorte, porque é um filme que fala de coisas boas, de amor, de amizade, de família, de vida e de esperança. Mas depois é composto por uma série de vulgaridades que deitam tudo a perder: os atores representam - o que é o pior que se pode dizer de um ator!... - e o realizador realiza - o que é o mesmo que andar por ali atrás das coisas.
A pequena Bailee Madison (Cotton) exagera e torna-se pouco credível, Laura Bell Bundy (Sunny) tenta, mas parece-nos sempre distante da ex-famosa que deixou para trás, John C. McGinley (Merlin) vai atrás das vulgaridades que o rodeiam. Talvez se salve um ou outro desempenho - não desgostei de Jonathan Banks (Ledball) ou do policia Paul Sanchez, mas no conjunto o filme é pobre.
A história de Conrad Goode tem tudo para dar certo, fala da redenção do futuro a partir duma nova visão do passado, mas Rajeev Dassani nunca encontra realmente o caminho que o pode salvar. O espetador sente-se sempre distante dos personagens, que afinal estão a querer dizer coisas importantes, que realmente interessam, mas parecem perdidos num papel que não lhes pertence.
Enquanto via o filme, pensava na história nas mãos de alguém com arte e engenho para filmar com outra competência. E isso não é o pior que se pode dizer de um casting? Pensava que estava perante um filme interessante, cujo drama me cativava, mas que estava a ser destroçado por um conjunto de pessoas desinteressadas.
"Watercolor Postcards" fala de coisas importantes, de sonhos que se realizam, do amor pelas coisas insignificantes, de amigos, de "abrir janelas, quando se fecham portas". É um filme que devia merecer a pena ser visto, porque é um momento da vida de todos e de cada um. É uma pena que se tenha perdido num emaranhado de vulgaridades.