Confesso que estive muito tempo sem acordar para este quarto episódio "Mad Max: The Fury Road". Andou por ali na prateleira, aos trambolhões de um lado para outro, preterido sempre por algum outro título. Confesso também que o súbito interesse da Academia, atribuindo-lhe 6 Óscars, um deles referente à montagem, influenciou-me a pegar nele.
É óbvio que o vingador Mel Gibson já não tem idade para andar metido nestas aventuras pós-apocalípticas, mas temos de reconhecer que Tom Hardy desempenha esse papel na perfeição. Mas também temos de reconhecer, que esta história não acrescenta nada às anteriores, como, aliás, já acontecia ao terceiro episódio da trilogia inicial, que serviu apenas para contabilizar o sucesso de Tina Turner na época.
Este "Fury Road" é exatamente aquilo que se espera de um Mad Max do século XXI: speed até mais não, sem um minuto de sossego, explosões, tiros, velocidade. Pouca conversa e tiro neles! Mas, sejamos claros, isso é precisamente o que Mad Max sempre foi, sem tirar nem pôr!
O que este filme tem é uma cuidadosa produção e um fantástico rigor na elaboração das sequências mais difíceis. E a verdade é que tem muitas, muitas mesmo, de tal maneira que quando acaba mal nos lembramos das cenas em que não houve tiros, velocidade e explosões. As duas horas são passadas no limite, com o conta-rotações sempre no red line ou muito perto disso.
Sejamos claros: o argumentista teve muito pouco trabalho a escrever diálogos, mas a equipe de efeitos especiais não deve ter tido um minuto de descanso. É um filme para se ver "na desportiva" e, nesse contexto, não me lembro de melhor filme em 2015.
Colorido, agitado, sem momentos mortos, "Mad Max: The Fury Road" vale a pena, por todas as razões e mais algumas que se queiram inventar. Não vai haver uma tarde ou um inicio de noite mais bem passado, que a ver este filme.