terça-feira, julho 12, 2016

PELOS MELHORES MOTIVOS


À primeira vista, "Solace" não tem nada de especial, sem sequer é muito original: alguém com poderes psíquicos a quem o FBI recorre para ajudar a capturar um serial killer. Sim, "The Cell" e "Dead Zone", por exemplo, vêem-nos logo à cabeça, ambos filmes acima da média, por uma razão ou por outra.


Então, o que é que faz de "Solace" um filme tão interessante? Pode ser o despretensiosismo,  a simplicidade com que não quer parecer mais do que aquilo que é: entretenimento puro e simples, filmado com competência e interpretado com convicção.

 Claro que ter Anthony Hopkins e Colin Farrell ajuda. Mas o resto do elenco faz o seu papel e o realizador Afonso Poyart dirige-os com competência. Se é verdade que a história é previsível, deve-se a Poyart o facto de, na verdade, ainda podermos ser surpreendidos com coisas que já sabemos. O script "já visto" podia destruir um filme que, afinal, se torna interessante, com pequeninas surpresas pelo caminho.


 "Solace" é surpreendentemente cativante, refrescante e original, não só por não aborrecer nem um segundo, mas porque se desenrola em crescendo, com as emoções despoletadas na altura certa e pelos motivos certos. Prende-nos, mental e visualmente.


Talvez o facto de eu não esperar nada de especial do filme, ajude a ser surpreendido com mais facilidade. Mas a fasquia vai ficando cada vez mais alta, conforme o filme se vai desenrolando e isso só pode ser um bom motivo de regozijo. Este é um daqueles filmes que merece ser visto.