Baseado numa história verídica de suicídios de adolescentes em Bridgend County, uma cidade do Sul do País de Gales, suicídios esses nunca explicados, nunca compreendidos, o filme segue um grupo de estudantes, sem nunca tentar explicar as circunstâncias, apenas reportando actividades e envolvimentos.
Sendo um filme sobre adolescentes, a primeira preocupação de Jeppe Ronde é não tentar fazer juízos de valor sobre os jovens fechados numa cidade provinciana, sobre os seus envolvimentos e as suas actividades, nem sempre legais e nem sempre conforme a moral tradicional.
A câmara é crua, tal como deve ser a adolescência, sem beleza adicional, dramática, como todas as relações aos 18 anos, que parecem ir afetar-nos para toda a vida - e a verdade, é que, algumas, afetam mesmo! Há música alto, álcool e, acima de tudo, um profundo sentimento de não pertencer a lado nenhum.
Os suicídios nunca foram explicados e ainda hoje permanecem um mistério. Por isso o filme também não vai muito mais longe. Funciona sem um objetivo estratégico - quer dizer, o argumento não tem exatamente uma história no sentido tradicional - e deixa o espetador numa situação de procurar um caminho para a ação - caminho esse, que os adolescentes em causa, parece nunca terem encontrado para si próprios.