Um filósofo brasileiro diz que Kant é o Evereste da Filosofia e que a dificuldade de "chegar lá a cima" é proporcional ao prazer da descoberta. O que "Everest" nos revela é que chegar ao topo é apenas metade da história.
O filme parece começar onde a escalada acaba e com o elenco disponível podia ser inesquecível. Mas depois algo falha na história, Nem se assume como um drama familiar, nem como um filme-catástrofe. Fica-se por metade de ambos.
Subir ao Evereste é de extrema dificuldade, mas descer para contar parece ser pior. Essa é a história central no filme e, nesse aspeto, o filme até é original: dá a impressão de começar onde os outros acabam.
Não deixam de ser duas horas bem passadas numa aventura. Mas não há empatia com os personagens, o que anula alguma da emoção possível e isto considerando que a história está repleta de atores que já deram outras provas de profissionalismo e competência.
O mais interessante do filme é que, tal como em Kant, não basta ler para perceber, é preciso compreender; no Evereste não basta subir para conquistar a montanha, é preciso descer.