Vamos já esclarecer uma coisa: ficar duas horas a olhar para a Jennifer Lawrece, nunca fez mal a ninguém. E, na verdade, ela é a dona do ecrã em "Joy". Se é suficiente para ganhar a estatueta de 2015, isso já é outra história.
Imagino que deve ser difícil fazer um filme sobre a invenção da esfregona, não é propriamente - pelo menos à partida - o mais interessante dos temas. Mas a verdade é que o filme também nunca faz muito para sair do limiar das possibilidades.
O filme tem a possibilidade de ser uma excelente comédia, mas nunca consegue mais que uma gargalhada tímida, pouco convincente; o filme tem a possibilidade de ser um excelente drama familiar, mas pouco mais consegue que uma lágrimasinha perdida; o filme tem a possibilidade de ser um excelente panfleto sobre a luta pelo sucesso, mas vai pouco mais longe que um anuncio de televisão.
Joy é apenas metade do que podia ser, em todas as perspetivas que se queira olhar para ele. David O. Russel não deixa de lhe conferir alguma competência, mas é uma mera possibilidade. No fim fica sempre um certo sabor amargo, daquilo que o filme tinha possibilidade de atingir.
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