sexta-feira, agosto 11, 2017

AGRADAVELMENTE SIMPLÓRIO

CRÉDITOS COMPLETOS
 
Todos os motivos são bons para um romance, mesmo que seja a mais que batida paixão entre um nazi e uma judia, mesmo que seja uma história de espionagem disfarçada de história de amor, mesmo que seja uma mistura entre tudo isto. "The Exception" vai buscar pequenas coisas a todo o lado e constrói um filme que tanto faz que seja visto ou não.


Esta é a primeira incursão de David Leveaux nas longas metragens de cinema e, talvez por isso, parece sofrer de alguma timidez, que se acaba por refletir nas indecisões de "The Exception". O romance é pouco intenso, a aventura de espiões tem pouco suspense, o problema da dualidade nazis-judeus tem pouco drama. Salva-se a performance de Christopher Plummer no papel de Kaiser Wilhelm III, razão pela qual toda a trama se inicia.


O Capitão Brandt (Jai Courtney) é encarregado da guarda pessoal do ex-Rei da Alemanha, exilado na Holanda depois da derrota na Primeira Guerra Mundial. É nessa missão que conhece Mieke (Lily James), uma criada judia a servir na mansão do rei. Só que a defesa da vida do rei acaba por revelar-se uma aventura transformadora na vida da pequena comunidade onde habitam investigadores da SS à procura dum espião inglês ou leais seguidores do monarca.


Entre tantos motivos de interesse, o filme acaba por perder-se numa teia de motivos nenhuns. Sem nunca encontrar o Norte, Leveaux agarra-se à bússola da simplicidade, escorregando algures para o simplório. O filme não aquece nem arrefece, mas socorre-se de uma série de truques para se ir mantendo à tona do aceitável. O espetador nunca se perde, nunca se assusta, nunca se surpreende, no final vai para casa em paz e sossego como se não tivesse acontecido nada.


Se é verdade que não aborrece, que David Leveaux não estica a história nem mais um segundo que o aceitável, também é verdade que não há sumo, por muito espremido que seja. É apenas um filme feito de forma profissional, por atores profissionais e filmado por uma equipa profissional. Tudo polidamente agradável, mas sem chama. E esta história tinha pano para mangas, nas mãos de gente mais atrevida!

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