"Spotlight" pega-se numa ponta e desenrola-se todo até à outra ponta sem parar. Hoje em dia, isso já é muito para um filme. Os amantes da teoria da conspiração vão ficar algo desapontados com a falta de acção, mas os outros vão entusiasmar-se com a história - ela própria, sem subterfúgios - que se vai desenrolando à sua frente.
Claro que, muitas vezes, nos vem à memória outras referências como "Os Homens do Presidente", por exemplo. Mas "Spotlight" não merece. Lembramos-nos ainda de outros filmes. de ficção, como "Capricórnio Um" ou "Os 3 Dias do Condor", mas, mais uma vez, é uma injustiça.
"Spotlight" não procura criar emoções no espetador, limita-se a seguir um grupo de jornalistas que vai desenrolado uma história complicada. Nada na realização nos faz tomar partido, e o resto são questões morais, com os habituais nós jurídicos.
O filme começa e acaba sem que nos tenhamos apercebido que passaram duas horas, tal é a competência de todos os envolvidos, actores, realizadores, editores. Este é um grande trabalho de equipa, como devem ser todos os filmes, em que cada um sabe a sua parte e desempenha-a com perfeição.
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